Tarakã, o bigodudo (Kornei Tchukóvski)
Tarakã, o bigodudo foi escrito por Tchukóvski em 1921. Para crianças e adultos, o poema conta a história de um baratão (takanische) que assusta todos os animais da floresta. A crítica delineada pelo autor à sociedade de então não tirou a graça e a musicalidade dessas estrofes tão conhecidas e queridas dos russos, como explica o jornalista e tradutor Irineu Franco Perpetuo no prefácio da edição: "Embora Stálin só tenha ascendido ao cargo de secretário-geral do Partido Comunista da URSS em 1922 – portanto, depois da redação de Tarakã, o bigodudo –, não faltou quem o visse retratado no protagonista do texto, cuja força tirânica parece advir do medo e da recusa em enfrentá-lo daqueles que subjuga. Não é impossível que Óssip Mandelstam (1891-1938), amigo de Tchukóvski, tivesse a alegoria em mente ao elaborar, em 1933, o poema Vivemos sem sentir o chão nos pés, em que o ditador é satirizado com uma comparação entre seus bigodes e baratas. De qualquer forma, para além do subtexto político que interessará aos adultos, o texto de Tchukóvski mantém o encanto para as crianças pelo colorido das imagens, ritmo, musicalidade e graça das rimas, o que a tradução buscou recriar em português com esmero e sabor, enriquecendo o texto russo com referências tipicamente brasileiras." Tradução: Aurora Fornoni Bernardini e Maria Vragova |
Premiações |
Finalista do Prêmio Miolo(s) 2016 na categoria Livro Infantil com Fabio Flaks e Fabiola Notari. |
Sobre o autor |
Nascido em São Petersburgo, Kornei Tchukóvski (1882-1969), crítico e jornalista respeitado desde antes de 1917, acabou tornando-se também um dos escritores infantis mais conhecidos da União Soviética, até hoje lido, sobretudo devido a seu conto de estreia, Crocodilo (1916). Escreveu não apenas literatura infantil, como também sobre ela, como em Pequenas crianças (1928). |
Imprensa |
Ilustríssima, Folha de S. Paulo 22/05/16 |
Aliás, Estado de S. Paulo 04/03/17, por Dirce Waltrick do Amarante |
Sobre colaboradores |
Aurora Fornoni Bernardini, ensaísta, escritora, pintora e tradutora, nasceu na Itália e aos 13 anos se mudou com seus pais para o Brasil. Formou-se em Línguas Orientais (Russo) e Anglo-germânicas pela Universidade de São Paulo (USP), onde ainda concluiu seu mestrado, doutorado e livre-docência. Atualmente é professora de pós-graduação da USP nas disciplinas de Literatura e Cultura Russa, Teoria Literária e Literatura Comparada. Traduziu diversos livros do russo, como Ka, de Velímir Khlébnikov (Perspectiva, 1977); O Tenente Quetange, de Iuri Tyniánov (Cosac Naify, 2002); Maria: uma peça e cinco histórias, de Isaac Bábel (Cosac Naify, 2003, com Homero Freitas de Andrade); Indícios Flutuantes, coletânea de poemas de Marina Tsvetáieva (Martins Fontes, 2006); O exército de cavalaria, de Isaac Bábel (Cosac Naify, 2006, com Homero Freitas de Andrade); Vivendo sob o fogo: confissões, de Marina Tsvetáieva (Martins, 2008); “Os sonhos teus vão acabar contigo”: prosa, poesia, teatro, de Daniil Kharms (Kalinka, 2013, com Daniela e Moissei Mountian). Em 2004, ficou, com Haroldo de Campos, na segunda colocação do prêmio Jabuti pela tradução de Ungaretti: Daquela Estrela à Outra (Ateliê, 2003). Em 2006, foi vendedora dos prêmios APCA (com Homero Freitas de Andrade) e Paulo Rónai, respectivamente pelas traduções de O exército de cavalaria e Indícios Flutuantes. Em 2007, foi contemplada com o Jabuti (terceiro lugar) também por Indícios Flutuantes. Em 2014, foi finalista do Jabuti pela tradução de “Os sonhos teus vão acabar contigo”: prosa, poesia, teatro. |
Maria Vragova, formada em letras pela Universidade Estatal de São Petersburgo, é tradutora e diretora da Ars et Vita. Iniciou as suas atividades como produtora cultural em 2007, na Fundação Russian Avantgarde, em Moscou. Desde a criação da Ars et Vita, realiza a direção executiva da empresa em diversos projetos de repercussão internacional, tais como a itinerância do fotógrafo Antanas Sutkus, o Festival Artes Vertentes e a Mostra de Cinema Russo Contemporâneo. |
Fabio Flaks é mestre em Poéticas Visuais pelo Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (2009). Realizou diversas exposições individuais, como no Centro Universitário Maria Antonia (São Paulo, 2010), Galeria Virgilio (São Paulo, 2006), Galeria Vicente Rego Monteiro da Fundação Joaquim Nabuco (Recife, 2004), Centro Cultural São Paulo (2003), Museu de Arte de Ribeirão Preto (2003) e Galeria Adriana Penteado Arte Contemporânea (São Paulo, 2001). Participou também de exposições coletivas, como Paisagem Bruta (Galeria Virgilio, 2006), Ocupação (Paço das Artes, São Paulo, 2005) e Outro Lugar (Galeria Virgilio, 2004). Recebeu o Prêmio Estímulo no 31° Salão de Arte Contemporânea de Santo André (2003) e Menção Honrosa na 9ª Bienal Nacional de Santos (2004). Vive e trabalha em São Paulo, SP. |
Fabiola Notari é artista visual e pesquisadora. Doutora em Literatura e Cultura Russa (DLO/FFLCH/USP), mestre em Poéticas Visuais pela Faculdade Santa Marcelina e bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, onde leciona desde 2012. Desde 2014 coordena o Grupo de Estudos Livros de artista, livros-objetos: entre vestígios e apagamentos. |